Em uma das passagens mais impressivas de suas confissões, aquele que o Romanismo transformou em Santo Agostinho descreve sua mãe, Mônica, interessada em que Deus não permitisse a partida de seu filho para a Itália, durante uma noite inteira orava numa capela à beira-mar da costa africana.
Queria que Agostinho fosse cristão. Não podia pensar em deixá-lo sair de sua influência. Se, debaixo dela de seu cuidado, ele ainda estava longe de ser cristão, que não seria ele na Itália, em Roma, a moradia da licenciosidade e do esplendor, das tentações múltiplas e enganadoras! - pensava ela.
E, justamente enquanto ela só orava apaixonadamente para que seu filho fosse retido em casa, - e dizem que ela gastou 30 anos nesse exercício -, o rapaz navegava, pela graça de Deus, para a Itália onde, persuadido por Ambrósio, veio a tornar-se cristão - exatamente no lugar aonde as orações de sua mão "não o teriam deixado ir".
Foi negada a forma da petição: a substância do desejo nele expresso foi concedida. Como disse o próprio Santo Agostinho: "tu, na profundidade de teus conselhos, ouvindo o ponto de seu desejo, não atendeste ao que ela pedia - para que pudesses fazer-me o que ela desejava"
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